A transição demográfica do Estado do Amazonas, em 2010 a expectativa de vida era de 73,48 anos, passando para 75,2 anos em 2022, conforme estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse crescimento é fruto de melhorias nas condições de saúde e qualidade de vida da população amazonense, que assim como em outras regiões começou a apresentar diminuição nas taxas de mortalidade infantil e de fecundidade, consideradas os dois fatores propulsores do envelhecimento populacional.

Em 2009, Maués foi identificada como um município com um índice de longevidade maior que a do Estado do Amazonas e do Brasil. Esse índice é calculado como o percentual de idosos longevos (80 anos +) em relação a todas as pessoas idosas (60 anos +) de uma população. 

Um levantamento epidemiológico a partir de 1808 residentes em Maués mostrou uma prevalência menor de enfermidades crônicas como as doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes e hipertensão. Para avaliar se estes resultados não eram consequência de sub-diagnósticos, já que os idosos ribeirinhos de Maués têm menor acesso a serviços especializados de saúde, um estudo em 637 voluntários idosos foi conduzido. Os resultados publicados em diversos artigos científicos confirmou que os mesmos possuíam um perfil de capacidade funcional elevado e melhores indicadores de saúde do que os idosos de Manaus. 

A Dieta Amazônica parece ser um fator que contribui positivamente na longevidade dos idosos de Maués. Esta hipótese também foi posteriormente investigada subsidiando a implantação do Programa Institucional Geronto Inova voltado ao desenvolvimento de bioprodutos gerontológicos. 

O Projeto Maués 2009, Coordenado pelo Dr. Euler Esteves Ribeiro e a Dra. Ivana Beatrice Mânica da Cruz, surgiu após uma pesquisa populacional com 1509 idosos de Manaus que mostrou prevalência de enfermidades crônicas similares a dos idosos das Regiões Sul e Sudeste. Como estariam os indicadores de saúde e longevidade dos idosos ribeirinhos que viviam em Maués?